No caso da Monique, começou com a paixão pela foto, depois vieram dez anos de fotojornalismo pauleira, de onde saiu para juntar duas paixões, a natureza e a foto. Inventou a Trilharte, caminhadas em grupo e diálogo com a natureza através do fazer fotográfico. O sol coado pelas copas das árvores, o brilho nas folhas, o perfume úmido da terra, o mormaço molhado, as respirações combinadas, o corpo cansado, tudo isso virando foto. Depois de vinte e cinco anos de andanças pelo Brasil e pelo exterior, Monique deu um tempo para si, voltou às origens e às fotos ocasionais.

E aí veio a pandemia, quando a vida ficou introspectiva e minimalista. E, também os meios para fotografar se reduziram ao mínimo: assaltada com todo o seu equipamento, lhe restou apenas uma câmera semiprofissional e uma única objetiva.  Depois de ter recortado paisagens pelo vasto mundo, Monique se achou limitada a umas poucas janelas e, através delas, fez a síntese de tudo o que um dia viu, descobrindo em cada nuance de luz um novo mundo, em um exercício de vida primordial. Só com grande domínio da técnica e da linguagem se chega a uma fotografia tão simples e precisa, quando cada detalhe se combina com um outro como se fosse uma partitura musical.

Parada Obrigatória é, na verdade, um imenso salto que Monique dá no infinito de si mesma, nos convidando a fazer o mesmo.